Outro dia, eu estava folheando meu diário antigo de 2010, quando eu tinha 15 anos, e que durou até 2014, ano em que eu estava com 19. Havia tantas coisas bobas, típico de uma mente adolescente, é claro. Eu ri muito pelo conteúdo ridículo e cômico muitas vezes. Porém, a gente muda muito e não dá pra dizer ao certo o porquê disso, pois minha vida sempre se manteve nas mesmas condições por muito tempo; mas suponho que a mudança seja uma necessidade intrínseca do ser humano. Tudo muda. Nada é, tudo está.
No entanto, é interessante observar como algumas coisas são difíceis de se desvencilhar. Alguns traços a gente carrega conosco até não sei quando. Parece que muitas das coisas que nos são negadas ficam lá no fundo da alma sepultadas e esquecidas, como num cemitério, mas sempre clamando por serem ouvidas e ressuscitadas, com um grito meio abafado pela vergonha de ser. Mas elas são e estão lá, mesmo que as neguemos.
Há coisas que ainda busco, é claro. Mas acho que não convém falá-las aqui. É muito denso, difícil de dizer... Mas eu gostaria de deixar um escrito do meu diário, que data de 21 de Agosto de 2013:
É preciso falar o que se sente para não enlouquecer. Eu aprendi isso hoje. Talvez seja por isso que as pessoas oram: não por que acreditam que exista deus, mas porque precisam desabafar...
Em algum lugar, em um exílio nos confins da terra, há alguém que fala sozinho, que clama por ser ouvido...
Há um grito oculto em cada ser que respira
Há uma pergunta não respondida
Há uma melodia não concluída
Há uma ponte inacabada
Há uma frase encerrada
Uma saudade reprimida
um desejo profundo e oculto
Há uma chance negada, uma paz roubada
E há também sentimentos inestimáveis que não se podem transcrever.
É isso, gente. Valeu.
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